CENA HÍBRIDA COM DÉBORA RODRIGUES E DILMAR MESSIAS
Fundamental para que a criatividade, imaginação e ideias variadas sejam despertadas, a arte tem a função de contextualizar, informar, estimular a criatividade e sensibilizar as pessoas. E quanto mais cedo um indivíduo tiver contato com este universo, melhor. Por isso, a estreia de Bichológico, espetáculo destinado principalmente para crianças bem pequenas (de zero a seis anos) é uma grata notícia que a atriz circense Débora Rodrigues e diretor teatral Dilmar Messias vieram nos trazer na noite desta segunda-feira (25).
A peça cumpre temporada a partir deste sábado (dia 30 de abril), e segue realizando apresentações nos dias 1, 7 e 8 de maio, sempre às 16h, no Teatro Renascença. Criado a partir do livro homônimo da escritora gaúcha Paula Taitelbaum, o espetáculo é uma espécie de jogo com formas geométricas coloridas distribuídas pelo espaço cênico. Dirigida por Dilmar (que durante os seus 50 anos de trajetória nas artes cênicas dirigiu mais de 20 espetáculos infantis), a montagem é fiel à proposta original. Encenada por Débora, propõe uma série de brincadeiras com animais engraçados, como o Gato Chinês, o Macaco Português, o Elefante Holandês, o Coelho Escocês e o Cão Polonês, que são personagens de histórias variadas.
Durante a entrevista que concederam ao Cena Híbrida, os artistas - que também integram o Circo Girassol - falaram sobre a inspiração para o trabalho ter surgido dentro de casa: casados, são pai e mãe da pequena Aurora, que também serviu como referência para eles terem um feedback do resultado da empreitada. Também falaram dos desafios que a proposta traz, e dos cuidados com a cenografia (toda feita de material reciclável por Diego Steffani), com os arranjos (realizados por Kiti Santos) da trilha sonora (composta por Cláudio Levitan), e outros detalhes que influenciam na encenação, de forma que o espetáculo acesse o lúdico não somente dos pequenos, mas também de seus acompanhantes.
Montado durante a pandemia de Covid-19, Bichológico foi contemplado pelo Edital Criação e Formação - Diversidade das Culturas, realizado pela Sedac em parceria com a Fundação Marcopolo, com recursos da Lei Aldir Blanc - e se apresenta com uma característica distinta da maioria dos trabalhos de ambos os artistas: "Fizemos de uma forma mais simples do que estávamos acostumados", afirmou Débora. "Tudo foi se encaixando, de forma espontânea e leve - de forma que posso dizer que é resultado de uma certa maturidade", emendou Dilmar.
Os artistas ainda deram uma pincelada sobre o andamento de outros trabalhos, que desenvolvem em paralelo - e que tiveram apresentações recentes -, como Os Palhaços de Tchékhov (onde Débora atua ao lado de Diego Steffani e Tuta Camargo) e De Profundis (que trata da obra póstuma de Oscar Wilde, com Elison Couto em cena), ambos dirigidos por Dilmar. Neste último, ele assina o trabalho ao lado de um de seus filhos, Gabriel Messias. Também contaram um pouco da trajetória do Circo Girassol, fundado no final dos anos 90 e que segue firme e forte não só produzindo novos trabalhos, mas formando profissionais no segmento.
Por fim, Dilmar nos passou informações a respeito da retomada da programação cultural do Theatro São Pedro, onde é diretor artístico. Como sempre acontece neste programa, foi uma conversa produtiva, prazerosa e cheia de assuntos e informações importantes, para muito além de uma divulgação de agenda. Para saber mais, escutem nosso bate-papo (e tenham paciência com o ruído de fundo - nos primeiros minutos da entrevista o chiado está mais intenso e chato, mas resistindo vcs verão que vale a pena, pois a conversa está ótima e a gente até esquece deste "impostor sonoro" que insiste em nos acompanhar lá no fundo). Bjus e até logo menos!
Apoio: Meme Estação Cultural
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