CENA HÍBRIDA – SEG – 17OUT – COM CLAUDIA SEVERO
Nesta segunda-feira, tivemos o imenso prazer de conversar com a atriz carioca Claudia Severo – fundadora, atuadora e pesquisadora do coletivo Corpos & Sombras – com intensa atuação na cidade de São Leopoldo, onde ela está radicada há dez anos. Lá, ela coordena o projeto de Ocupação Cultural Amadeo Rossi, no qual se propõe a levar teatro de rua para a praça homônima, e onde iniciou seu atual trabalho, Eu Mulher - Tecendo Dramaturgias.
Nossa entrevistada nos contou que, a princípio, a ideia era a realização de um espetáculo de rua, falando do feminino e das questões que habitam este universo: da dor e do drama (por conta de inúmeras violências que sofremos) até a delicadeza e o autoamor que vem com o entendimento de quão sagrado é ser mulher. No entanto, com a pandemia de Covid-19, ela precisou suspender o plano e migrar para o on-line, onde desenvolveu o projeto em formato audiovisual, após extensa pesquisa durante o período de isolamento.
Foi então que surgiu o vídeo Efêmeros Passos, concebido entre os anos de 2020 e 2021, e que teve sua estreia em 14 de março de 2022, em homenagem a Marielle Franco (mulher negra, LGBTQIA+, cria da favela da maré, socióloga e defensora dos Direitos Humanos, que foi assassinada enquanto era vereadora do Rio de Janeiro, em março de 2018). Segundo Claudia, o vídeo experimental não contém fábula, mas sim, uma multiplicidade de vozes e narrativas visuais que “formam uma colcha de retalhos, onde o caos e a beleza de ser mulher se entrecruzam”. Ela emenda que a vivência por meio do audiovisual foi um caminho que se abriu para fomentar e ampliar o trabalho enquanto era necessário ficar em casa.
Agora, neste segundo semestre de 2022 com a possibilidade de voltar às apresentações presenciais, o projeto traz à cena alguns momentos dos exercícios cênicos realizados anteriormente integrados à uma série de intervenções poéticas feitas durante a pandemia e a escrituras cênicas de teatro e dança – além da exibição do trabalho audiovisual já lançado.
Com Claudia, estão as artistas Ângela Miler, Camila Machado, Davi Volando, Helen Meireles Sierra, Letícia Virtuoso, Mirella de Barros e Rosana Almendares. Elas se apresentam no próximo sábado, dia 22 de outubro, às 20h30m no La Faísca, espaço gastro-cultural de Porto Alegre situado na rua Venâncio Aires, 1.025. (uma observação fora da pauta: sempre aparece esse endereço no Google como se fosse no bairro Cidade Baixa, mas o La Faísca fica bem pertinho da rua Santa Terezinha, colado na Jacinto Gomes, então deveria ser bairro Farroupilha, não? É uma incógnita, que nunca entendi...anywhay...).
Para dar voz às nossas vozes, como oxigênio, como transformação para discutir as violências contra a mulher, como reflexão sobre romper os grilhões, as amarras e os estratos sociais que nos sufocam e nos são impostos por uma cultura machista e uma sociedade doentia que deixa (com violências psicológicas e físicas) marcas profundas em nosso ser mulher, essa trupe linda deve seguir com o projeto buscando provocar a reflexão sobre o tema. Por hora, é nesta data que se tem a oportunidade de assistir às apresentações que integram o Eu Mulher - Tecendo Dramaturgias, que mistura linguagens teatrais, de circo, poesia, música, audiovisual e se desdobra sobre esta temática tão importante na sociedade. Nossa conversa está bastante didática, acolhedora, reveladora e sincera. Recomendo a escuta. Quem vem? Aos que sentiram o chamado, a senha é apertar o play! Beijas a todxs! (e que sejamos melhores como seres humanxs).
#RespeitaAsMina #RespeitaAsManas
Por Adriana Lampert
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