CENA HÍBRIDA – 12SET – COM PERLA SANTOS
Nesta edição do programa, recebemos a bailarina e professora de dança Perla Santos (coordenadora do Movimento Meninas Crespas), que nos contextualizou um pouco sobre as ações em torno do fortalecimento da Dança Afro-brasileira no Rio Grande do Sul.
Recentemente, ela esteve às voltas da organização do primeiro congresso estadual com foco na valorização das danças de origem africana desenvolvidas e difundidas no território gaúcho e também destinado a discutir políticas públicas para o segmento. O encontro ocorreu no último dia 18 de agosto, data que passou a ser lembrada como Dia Municipal da Dança Afro-brasileira em algumas cidades gaúchas, em homenagem à primeira bailarina negra aprovada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (na década de 40), Mercedes Baptista.
Criadora do passo marcado que modificou o carnaval carioca, a artista - que completaria 100 anos em 2021 (mas faleceu em 2014) - também é uma referência na difusão da dança afro (que engloba diversas danças da diáspora) no País. Ela foi responsável por executar de forma artística a dança dos Orixás em apresentações de dança moderna, sendo a precursora dos pés descalços em um tablado, rompendo com a estética do ballet (predominante na época).
A figura de Mercedes Baptista foi fundamental para dar visibilidade à dança afro-brasileira - uma arte combativa e de denúncia a respeito do apagamento da cultura negra no nosso país (que infelizmente até hoje ainda traz o racismo enraizado em grande parte da sociedade, quando olhamos a realidade, sem hipocrisias) - e que exalta e fortalece xs corpxs negrxs nos palcos, nos terreiros, nas rodas de dança, nos salões.
Durante nosso bate-papo, nossa entrevistada salientou a relevância histórica de todos estes acontecimentos – não só a trajetória de Mercedes Baptista, mas também a de grupos, artistas e seus territórios atuantes na contemporaneidade, a exemplo dos diversos coletivos gaúchos envolvidos no congresso que ocorreu este ano no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa. O evento deve passar a acontecer anualmente. Nesta primeira edição, contou com palestras, oficinas e espaço de partilha de saberes, conduzidas por grandes nomes da dança afro.
A partir daí já surgem outras ações, que em breve serão divulgadas, reunindo todos estes grupos num potente ato. Para saber mais sobre estes assuntos, sobre a estética da dança afro e, de quebra, se situar melhor no contexto que a temática transita, o caminho aqui é se abrir para a escuta. Bora apertar o play? Semana que vem tem mais!
Axé!
Por Adriana Lampert
APOIO: Meme Estação Cultural
Podcast: Play in new window | Download